Resenhas de álbuns de canções

A Presto foi convidada pela prestigiosa e inovadora agência carioca de design e moda O Estúdio para fazer resenhas dos álbuns de canções para os quais ela fez os projetos gráficos. Eu, Guilherme Schwenck, estive à frente das resenhas. O resultado foi publicado primeiro em página do próprio site da agência, que faz projetos incríveis, para variados estilos de música.

Alguns dos álbuns tiveram colaboração da Presto com o projeto gráfico e sua execução; a saber: os publicados #AC ao Vivo; #AC; Coração Selvagem; e Nord; e os que serão lançados em breve: As Luas de Marte; Canções de Exílio; e Um Sim.

#AC ao Vivo – Ana Carolina

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#AC ao Vivo (2014), de Ana Carolina

Quarto disco gravado fora de estúdio lançado por Ana Carolina, #AC ao Vivo foi dirigido por Monique Gardenberg, gravado em outubro de 2014 no Citibank Hall em São Paulo e lançado em 2015. O CD e DVD são conseqüências bem esperadas do trabalho e sucesso de #AC, trazendo repertório amplo, com músicas de “#AC” – como “Pelo iPhone” e ”Luz acesa” –, sucessos consagrados como “Garganta” e regravações – como “Fire” de Bruce Springsteen –, a provocante fusão entre “Piriguete” de Papo MC e “Você não vale nada” de Calcinha Preta, e “Coração selvagem” de Belchior.

Coração Selvagem (single) – Ana Carolina

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Coração Selvagem (2015), de Ana Carolina

O single Coração Selvagem é composto por esta canção de Belchior foi lançada em disco homônio em 1977, faz parte do álbum #AC ao Vivo, álbum de 2015, cujo projeto gráfico é autoria de O Estúdio. Foi lançada em CD como canção avulsa, uma escolha corajosa de se fazer nos tempos em que o consumo de música via streaming superou o consumo de meios físicos.

 

Nord – Jam da Silva

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Nord (2014), de Jam da Silva

Nord, lançado em 2014, é segundo disco solo de Jam Da Silva, por ele produzido, e contou com as participações internacionais dos arranjadores Mark Lambert, americano, e Samúel Jón Samúelsson, islandês que já trabalhou com o Sigur Rós. O disco, além de manter o bom padrão de qualidade do trabalho anterior, é mais maduro e amplia as influências. A brasilidade abre espaço para internacionalidade em todas as etapas do processo: é um disco de post rock nacional, mixado por Leo D, masterizado nos EUA por Adam Walek, ambos com trabalho focado em música eletrônica. Um trabalho que sinaliza dedicação, competência e futuro.

 

Desejo – Mariana de Moraes

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Desejo (2014), de Mariana de Moraes

Desejo é o quinto álbum da extensa e abrangente carreira da atriz e cantora Mariana de Moraes. Com produção impecável de José Miguel Wisnik, Alê Siqueira e Marcelo Costa, foi lançado em 2014 pela Biscoito Fino e conta com canções de compositores e poetas consagrados (Caetano, Waly Salomão, Guilherme Arantes, Arnaldo Antunes, entre muitos outros). O disco passeia livremente por entre sambas e boleros, programações eletrônicas e percussões africanas: cosmopolita como a história de nossa música.
Neta de Vinicius de Moraes, filha de artistas, seguiu, desde cedo, a vocação familiar: estreou, ainda criança, no cinema com uma pequena participação em 77; desde então participou de peças de teatro, fez doze filmes, cinco discos e três novelas.

 

Código Daúde – Daúde

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Código Daúde (2014), de Daúde

Em 2014, onze anos depois do lançamento do álbum Neguinha Te Amo, a cantora Daúde lança seu quinto álbum, Código Daúde, pela Lab344. Homenageando compositores de diferentes gerações, o disco conta com participações ilustres e arranjos bem variados. O trabalho faz juz à carreira de Daúde, sendo permeado por elementos de percussão e com influências eletrônicas. Os elementos eletrônicos se apresentam de modo orgânico com o acústico. Destaques para “Como dois animais”, com participação de Alceu Valença, “Sobradinho”, de Sá e Guarabyra, e “Segura esse samba/Falso amor sincero”, com participação de Nelson Sargento.

 

#AC – Ana Carolina

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#AC (2013), de Ana Carolina

A competente, abrangente e madura carreira musical de Ana Carolina foi coroada com #AC, seu sexto álbum de estúdio e de canções inéditas, lançado em 2013 pela Armazém. O disco ousa por não ter bateria, conta com percussão e programações eletrônicas, e passa livremente do pop de “Canção pra ti”, pelo samba bem humorado “Pelo iPhone” e pelo refinamento e elegância de “Leveza de valsa”. Produzido pelo premiado produtor de formação erudita (Unesp) Alê Siqueira, conta com participações de Guinga e Chico Buarque e parcerias com Edu Krieger e Carlos Rennó, entre outros. Além de ser o primeiro álbum de um artista brasileiro lançado pelo iTunes, foi indicado ao Grammy Latino de 2014 na categoria de Melhor Disco de MPB Contemporânea.

 

Cadafalso – Momo

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Cadafalso (2013), de Momo

Cadafalso, quarto disco de Momo, ou Marcelo Frota, foi lançado em 2013, independente, e produzido por produzido por Momo e Gilberto Fortes, este também responsável pela gravação, mixagem e masterização, encara um dos maiores desafios do cancionista brasileiro, senão o maior: cantar acompanhado de si próprio e nada mais. O desafio é vencido meritoriamente, graças à voz e ao violão bem interpretados, arranjados, casados e captados que destacam a força de suas letras e sustentam as primorosas canções. Cadafalso, cujo vídeo é de autoria de Nina Gaul (O Estúdio), é permeado de influências como seu autor – mineiro, filho de cearense e  radicado no Rio de Janeiro – onde destacam-se a faixa homônima, “Arte” e “Coragem”.

 

Jorge Calil

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Jorge Calil (2012), de Jorge Calil

Paulistano, Jorge Calil estreou em 2012 com o álbum homônimo, produzido por Rodrigo Castanho, que já trabalhou com NX Zero, CPM 22 e Tihuana, e também foi responsável pelas guitarras do disco; completam a banda Roblero Silva nos teclados e Marcelo Brasil na bateria. O trabalho autoral, bem elaborado e com pegada pop rock, que marca também as produções de Castanho, foi a consequência das preferências de Calil, fã de hitmakers como Roberto Carlos nos anos 70 e Lulu Santos, e da década que completa como músico profissional. O destaque fica por conta de Por toda vida, música de abertura e de trabalho.

 

ôÔÔôôÔôÔ – Thaís Gulin

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ôÔÔôôÔÔôÔ (2011), de Thais Gulin

ôÔÔôôÔôÔ, segundo álbum de Thaís Gulin, que assina sua co-produção, foi lançado, em 2011, pela Som Livre, e produzido por Kassin e Alê Siqueira. É um disco moderno, de arranjos elegantes e sonoridade instigante. A instrumentação vai se revelando no decorrer do trabalho; sambas tem como contraponto (no sentido original, de caminhar por direções opostas afim de ampliar a textura e a variedade, fazendo da soma maior que as partes) mixagens e detalhes inusitados: o baixo e o bumbo tem graves encorpados e presentes, típicos de mixagens modernas; “Água” aponta para uma marchinha e logo revela um swing latino. O disco conta com participações de Tom Zé e Chico Buarque, que canta sua própria composição e destaque do disco, “Se eu soubesse”.

 

Dia Santo – Jam da Silva

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Dia Santo (2009), de Jam da Silva

Dia Santo, lançando em 2009, é o álbum de estréia da carreira solo do percussionista e baterista Jam da Silva, que coassina a produção com Chico Neves. Jam Da Silva montou com Dj Dolores a Orchestra Santa Massa e integrou o F.UR.T.O., projeto encabeçado por Marcelo Yuka, ex-O Rappa. O disco equilibra suas influências, sendo autoral; nele, o eletrônico se funde aos elementos percussivos em paz com harmonias ou melodias. Destaque para o vídeo da canção que dá título ao álbum.

 

Hein? – Ana Cañas

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Hein? (2009), de Ana Cañas

Hein? é um álbum pop e plural, com sonoridades rock & roll, influências do reggae e do blues. Lançado em 2009 pela Sony Music e produzido por Liminha, o segundo álbum da cantora teve produção de altíssimo nível, canções bem selecionadas e arranjos muito bem cuidados que resultaram em uma sonoridade mais madura que em seu disco de estréia, de 2007. Ana Cañas, atriz por formação, se destacou cantando jazz e MPB na noite paulistana em casas como o All of Jazz e o Baretto.

 

Até Onde Vai – Jota Quest

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Até Onde Vai (2005), Jota Quest

Quinto álbum da banda mineira Jota Quest, Até Onde Vai foi lançado em 2005. Com produção de Liminha, traz os sucessos “O Sol”, “Além do horizonte” e uma regravação de Roberto e Erasmo Carlos: “Pra onde tenha sol”. A base rítmica da banda, firme e balanceada, dá a sustentação necessária para que Marco Túlio siga com guitarras mais roqueiras, sem que a banda perca influência da música negra que lhe é característica e bastante presente na faixa “Absurdo”. O disco foi indicado ao Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo Brasileiro. Destaque para o vídeo da canção que dá título ao álbum.

 

Acústico MTV – Lenine

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Acústico MTV Lenine (2006), de Lenine

No espetáculo Acústico MTV Lenine, dirigido por Romi Atarashi e lançado em 2006, Lenine apresentou uma retrospectiva da sua longa e bem sucedida carreira; contou com as participações, ilustres e variadas como sua música, do virtuoso baixista camaronês Richard Bona, da cantora americana, radicada no México, Julieta Venegas, do baterista Iggor Cavalera e do rapper Gog. Apesar de acústico, o álbum lançado pela Sony BMG conta com arranjos densos, com toques de rock & roll. A bateria presente, contudo, naturalmente divide espaço com baixo acústico, naipe de metais, um inusitado corne-inglês em “O último por do sol” e até uma harpa em “A medida da paixão”. Os belos arranjos de seus violões são completados com engenho por JR Tostoi e demais músicos. Pode-se ver um pouco do espetáculo com o vídeo da canção Dois olhos negros.

 

Sangueaudiência – F.UR.T.O.

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Sangueaudiência (2005), de F.UR.T.O.

Sangueaudiência é um disco politizado como seu nome. Lançado em 2005 pela Sony BMG, foi a estréia da banda Frente Urbana de Trabalhos Organizados, e produzido por alguns de seus integrantes: Marcelo Yuka, ex-Rappa, Chico Neves (famoso por suas produções junto à banda Skank) e Maurício Pacheco. Com grande influência do estilo dub, é um disco eletrônico pesado que conta com participações ilustres como B Negão, Marisa Monte e Manu Chao. Alguns destaques são Não se preocupe comigo, Flores nas encostas do cimento e Ego City. O disco teve boa aceitação da crítica, e foi bastante esperado, por ser o primeiro projeto de Marcelo Yuka após sua saída da banda O Rappa.

 

Paulo Ricardo Acoustic Live

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Paulo Ricardo Acoustic Live (2008), de P.R.

Acoustic Live é o oitavo álbum da carreira solo de Paulo Ricardo; foi produzido por Guto Campos, lançado pela EMI em 2008 e traz reinterpretações de variados sucessos internacionais. De “Your song”, enorme sucesso de Elton John, até “Is this love” de Bob Marley, passando por Queen, Stevie Wonder, George Michael, Jack Johnson etc. A banda – violões, baixo, teclado e bateria – executa arranjos simples, competentes, bonitos e que valorizam o repertório cuidadosamente selecionado. Paulo Ricardo tem sólida carreira e é sucesso nacional desde o RPM.

 

Amores Cruzados – K-Sis

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Amores Cruzados (2007), de K-Sis

Amores Cruzados é o segundo álbum da dupla K-Sis. Com produção de Emerson Villani – guitarrista do Funk Como Le Gusta – e lançamento em 2007 pela EMI, teve o tema homônimo incluído na trilha sonora da novela Duas Caras, da Rede Globo. Os arranjos são concisos e bastante variados, do rock & roll de Amores cruzados e “Tá tudo bem”, até o pop-rap latino de “Pó de guaraná” e “Regulando amor”. A dupla formada por Keyla e Kenya Boaventura debutou no mundo musical em 2004 com o álbum K-Sis e consolidou sua fama em 2006 quando contratada pelo MTV Brasil.

 

Vendo a Mim Mesmo – Jay Vaquer

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Vendo a Mim Mesmo (2004), de Jay Vaquer

Vendo a Mim Mesmo é o segundo álbum do cantor e compositor Jay Vaquer, lançado em 2004. Com destaque para a autoral Pode Agradecer (Relationshit), cujo vídeo é de autoria de O Estúdio, e para as interpretações “Eu preciso dizer que te amo”, de Cazuza e “Condição”, de Lulu Santos, o disco produzido por Marcelo Sussekind apresenta um trabalho pop pesado, bem cuidado e produzido. Vaquer, filho da cantora Jane Duboc e do produtor americano Jay Vaquer, surgiu ao público em grande estilo ao estrear seu primeiro clipe no Disk MTV, programa de TV que então ditava rumos no mercado de música no Brasil. As novidades do artista você acompanha em seu Facebook.

 

Samba Esporte Fino – Seu Jorge

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Samba Esporte Fino (2001), de Seu Jorge

Samba Esporte Fino, de 2001, é o lançamento da carreira solo de Seu Jorge, também conhecido pelo seu projeto Farofa Carioca. O álbum foi lançado posteriormente no exterior com o título Carolina. Compositor, cantor e ator de reconhecimento internacional, alcançou tal posto sendo bom representante da produção nacional. O álbum produzido por Mario Caldato e Daniel Ganjaman traz sucessos como Carolina e Chega no swing, sambas em arranjos dançantes com uma grande instrumentação e competentes instrumentistas. À percussão do Samba Casa acresce-se o baixo da lenda viva Arthur Maia, um naipe de metais e o cavaquinho de Dudu Nobre. O resultado é um disco justo, dançante e com notável equilíbrio entre leveza e rigor.


Contrate a Presto para fazer a sua resenha, partitura, transcrição, música ou livro.

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