Ler partituras é fácil

Uma lista de motivos para se aprender a ler partituras, dedicada a todas as pessoas que o querem. (Todas mesmo: não somente músicos – amadores ou profissionais –, embora também a esses.)

Você pode aprender a ler partituras. Com uns três minutos, você já pode saber os fundamentos. Se você já toca algum instrumento ou canta, é mais rápido ainda. Considerando quão fácil, edificante e prazeroso isso é, ousaria aconselhar: aprenda.

La mano de Dios, toca el piano. Deutsche Grammophon)

Partitura é uma representação gráfica de música, uma notação, e música é das coisas mais legais que a humanidade inventou. Aliás, não é apropriado falar em “invenção” da música, pois não concebemos a humanidade sem ela. Descobrem-se práticas musicais, a cada vez, mais antigas. Conceitos, tais como harmonia, ritmo, forma ou proporção, por vezes tomados como técnicos, são tão musicais quanto naturalmente humanos e partilhados por tantas artes e ofícios. O coração pulsa. Corpos andam, com passos. Da comunicação de animais, ouvimos melodias. Com três batidas curtas e uma longa, evocamos a 5ª sinfonia do Beethoven.

Mesmo que, sem saber ler ou escrever, seja possível tocar um instrumento e compor, transmitir ou escutar música (ou poesia), pode-se ir além da memória e da escuta, valendo-se de um meio — a escrita — que tanto facilita. Pecado capital foi Adão ter se esquecido da canção predileta de Eva durante uma serenata de reconciliação. A visão é o mais acurado e poderoso sentido e auxilia a desfrutar de algo que, por si só, já é tão divertido: música.

Quando se é capaz de ler partitura, você pode, no mínimo potencialmente:

  1. Saber um idioma especial, que amplia a percepção de música de inumeráveis pessoas, lugares, épocas, estilos e instrumentos;
  2. Aprender um instrumento ou canto, com muito mais facilidade, ou, se já toca ou canta, melhorar a sua performance (tocar, há quem diga, aumenta o sex appeal);
  3. Multiplicar amizades, contentamento e aprendizado, pela interação com quem compartilha do gosto de estudar música;
  4. Desfrutar de repertórios que então desconhecia, com novas e mais profundas camadas de compreensão;
  5. Perceber detalhes musicais de algumas das mais geniais e interessantes mentes que a humanidade produziu, detalhes que, de outro jeito, ou não são escutados, ou só o são para os ases da percepção;
  6. Conhecer práticas musicais sintetizadas com abstrações e aspectos teóricos;
  7. Distinguir músicas por títulos concretos (“Samba de uma nota só”, “A valsa”, “Rock around the clock”, etc) e abstratos (tonalidades – Dó maior, Si bemol menor, etc –, termos catalográficos – Opus, BWV, NSE, etc – ou forma – sonata, suíte, fuga, etc.
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